
A audiência dos eSports no Brasil está numa crescente. Nos últimos dez anos, o público das modalidades de esportes eletrônicos vêm dominando o mercado de games. Como em tantos outros setores da sociedade, a inclusão e a acessibilidade ainda são um problema, mas projetos para incluir legendas e intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) já tentam mudar essa realidade.
Exemplo disso foi o o Brasileiro Universitário de eSports 2022, transmitido pela Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU). Foram 48 horas de transmissão dos duelos em 6 modalidades e, pela primeira vez, todas tiveram tradução simultânea em Libras. Os dados oficiais indicam que só no primeiro dia da competição, a audiência foi de mais de 180 mil pessoas.
Para o coordenador de mídias sociais da CBDU, a acessibilidade nas transmissões foi um diferencial. “Somos uma instituição que divide o foco no esporte e também na educação e trazer uma intérprete de libras para atingir esse público é importante”, disse Guilherme Dezopa.

O que faz um intérprete de eSports?
Nos últimos anos, projetos e organizações de inclusão aos surdos no eSports ganharam espaço. Especialmente com a pandemia, que obrigou uma mudança nos campeonatos, que deixaram de ser presenciais e passaram a ser transmitidos via internet. São iniciativas de inclusão de legendas ou de tradução simultânea para Libras que ajudam o surdo a ter a experiência completa com os eSports.
O intérprete de Libras faz a mesma função que um narrador, mas ele traduz todas as falas, comentários e acontecimentos da partida para o público surdo. O intérprete precisa de conhecimento prévio do game e também saber se adaptar, já que tudo depende de contexto. O cenário de eSports ainda é novo em relação à língua de sinais. Não são todas as palavras e expressões dentro dos jogos competitivos que têm um sinal.
Conheças iniciativas inclusivas de eSports:
Deaf e-Sports League
Criado em 2016, a Deaf e-Sports League é voltada para o público surdo teve torneios de Dota 2, CS:GO e League of Legends. Um dos pioneiros para a inclusão de jogadores surdos, a Deaf e-Sports fechou as portas no início de 2018, mas abriu caminho para outros projetos de inclusão.
Liga dos Surdos
A Liga dos Surdos foi criada em junho de 2019 por uma dupla surda oralizada. Atualmente, a Liga conta com um quadro de três interpretes de Libras. O coletivo promove campeonatos para os jogadores surdos, já tendo produzido torneios de Fortnite e CS:GO.
Rise Academia
A Rise Academia foi fundada oficialmente em dezembro de 2020. O projeto surgiu internamente da Gamer Squad, organização de eSports que conta com times nas modalidades de LoL, CS:GO, Free Fire, Valorant, Wild Rift e também conta com um departamento de psicologia. Ela oferece gratuitamente aulas e cursos de Libras para jogadores e pessoas surdas entusiastas dos eSports.

Equipe LIBRAS-SE com CBDU, UOL e Globo Esporte
tradução de vídeos para Libras em 24h