“A comunidade surda é segregada dentro do seu próprio país, é como se fossem estrangeiros em sua própria pátria”. A fala é de Lígia Klein, tradutora e interprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) nos 20 anos da regulamentação da lei que reconheceu a língua no Brasil. Ela atua nas transmissões das sessões plenárias da Assembleia Legislativa do Paraná.
Lígia tem mais de dez anos de experiência e faz parte da equipe legislativa paranaense desde 2019. No estado, os conteúdos legislativos são traduzidos para Libras nas transmissões na TV Assembleia e em outros canais de comunicação. A língua completa 20 anos de reconhecimento como meio legal de comunicação e expressão dos surdos no dia 24 de abril, graças à lei federal 10.436/2002. No Paraná, outra lei, estadual, também celebra a data.
“Apesar de ser uma lei já reconhecida, ainda há muitos entraves. Mas a Assembleia Legislativa tem exercido o seu papel fazendo com que a comunidade surda tenha acesso a essas informações e a tudo que se discute nesta casa de leis. Isso é muito importante, mas infelizmente não ocorre em todas as esferas”, aponta a intérprete Lígia.
Segundo a Assembleia Legislativa do Paraná, a iniciativa faz parte de um convênio firmado entre a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis) e a Mesa Executiva da Assembleia, permitindo que pessoas com deficiência auditiva possam acompanhar os atos legislativos.
Segundo o Relatório Mundial da Audição da Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,5 bilhão de pessoas têm algum grau de perda auditiva (surdez), em todo o mundo. Os dados, divulgados em março de 2021 são os mais recentes sobre a população mundial com algum tipo de deficiência auditiva. Este quadro pode piorar até 2050, quando mais de 900 milhões de pessoas deverão registrar perda de audição.
Equipe LIBRAS-SE com Assembleia Legislativa do Paraná
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