O Brasil é a primeira sede das Surdolimpíadas de Verão na América Latina. A competição, que começa neste domingo (1º/04), está em sua 24ª edição. A sede principal é em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Ao todo, são cerca de quatro mil surdoatletas de mais de cem países para a disputa de 21 modalidades esportivas.
O Time Brasil será composto por 199 surdoatletas, sendo 110 homens e 89 mulheres. Somando os 38 integrantes de comissões técnicas, a delegação brasileira terá 237 pessoas. O país será o maior em número de surdoatletas. No entanto, a maior delegação será da Ucrânia com 259 pessoas, sendo 119 atletas homens e 68 mulheres. .
Além de promover o esporte a cada quatro anos, o evento também serve para aproximar e valorizar a comunidade surda. Os atletas da Surdolimpíadas precisam se submeter a uma audiometria (exame mais comum para avaliação básica da audição) que comprove uma perda auditiva acima de 55 decibéis nos dois ouvidos. Não é permitido o uso de aparelhos auditivos e implantes cocleares nas provas e competições.
As regras das modalidades esportivas para atletas surdos são as mesmas das de atletas sem deficiência. As únicas adaptações necessárias envolvem a substituição de sinalização auditiva por sinalização visual, que é feita por meio de bandeiras, levantadas pelos árbitros nos momentos de marcação das disputas. No futebol, o árbitro principal usa uma bandeirinha, a mesma usada por seus auxiliares.
A presidente da Confederação Brasileira de Desporto de Surdos (CBDS), Diana Kyosen, ex-atleta da seleção brasileira de futsal vice-campeã mundial em 2015, exaltou a importância de o País sediar a edição da Surdolimpíada e reforçou o pedido por maior apoio aos surdoatletas.
"Falta acesso a políticas públicas esportivas, já que a categoria não se enquadra como 'paradesporto'. Poucas pessoas sabem, mas os atletas surdos não participam dos Jogos Paralímpicos por dois motivos. Um deles é porque os atletas surdos contam com essa competição específica, que é a Deaflympics (anterior à existência da Paralimpíada). O outro motivo é que, para os atletas surdos competirem com atletas ouvintes, seria necessário um grande número de intérpretes de língua de sinais para evitar as barreiras de comunicação entre eles".
O Brasil começou a competir em 1993 e já conquistou uma medalha de ouro, outra de prata e oito de bronze, sendo cinco delas conquistadas na edição de 2017. Em sua 7ª participação no torneio, terá sua maior delegação, com 237 integrantes, sendo 199 atletas (110 homens e 89 mulheres) e 38 membros da comissão técnica.
30 Intérpretes
Os atletas são as grandes estrelas do evento. Porém, quem também tem papel fundamental para a comunicação de todos são os tradutores-intérpretes. São 30 envolvidos na competição que atuam duplas. Estas são compostas por um tradutor-intérprete de libras (TILS) e um tradutor-intérprete de sinais internacionais.
"Criamos uma central de intérpretes e vamos atender todas as demandas on-line. Quando necessário, chamamos a equipe para encaminhar as demandas. Temos também aqueles que estarão nos locais de disputa, já familiarizados com as sinalizações específicas dos esportes", explica Cristiane Casara, coordenadora geral dos tradutores-intérpretes das Surdolimpíadas.
Sobre o evento
Organizada pelo Comitê Internacional de Esportes para Surdos, as Surdolimpíadas acontecem de quatro em quatro anos. Era para ter acontecido em 2021, mas devido à pandemia, foi adiado para 2022.
A primeira edição foi em Paris, na França, em 1924. Este foi o primeiro evento esportivo para pessoas com necessidades especiais. É o evento multiesportivo mais antigo depois da Olimpíada.
Na TV por assinatura, a competição será transmitida pelo Markket, novo canal do Grupo Box Brasil. Ele está disponível para os assinantes da Net/Claro, no canal 692, e, em breve, para os assinantes da Sky, além da Plataforma Box Brazil Play.
Equipe LIBRAS-SE com Terra, GZH e Guia de Caxias do Sul
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